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O Casamento na visão Espírita

Aquele ditado popular que diz “os opostos se atraem” realmente faz muito sentindo, e eu ainda concluíria afirmando que os opostos se complementam. Um casal é formado de dois seres diferentes, e nada mais justo já que foram criados em ambientes diferentes e por isso tem costumes diferentes, crenças diferentes, ideias e opiniões diferentes. Além, é claro da bagagem de outras vidas que também é diferente. Por isso o maior erro ao escolheremos os nossos parceiros é idealizá-los como um ser perfeito, como um príncipe ou uma princesa. Imaginando que a outra pessoa deve ser perfeita estamos caindo no primeiro erro, pois rapidamente nos encontraremos decepcionados, já que não existe ninguém perfeito. Do mesmo modo que gostaríamos que aquela pessoa agisse e fizesse tal coisa, o outro também tem expectativas para conosco. E criar essa ilusão de que a outra pessoa tem que ser perfeita e fazer as nossas vontades é sentenciar o casamento ao fracasso. Outro erro bastante comum nos casamentos é a procura pela felicidade. As pessoas tem a intenção de se casarem para serem felizes e o pior depositarem no outro a responsabilidade da sua própria felicidade. Não podemos colocar a nossa felicidade nas mãos do outro.

Casamento e felicidade não caminham juntos necessariamente. Casamento não é a fonte da felicidade, porque ninguém tem a capacidade e o dever de nos fazer feliz e nos também não temos esse dever para com o outro, a felicidade depende apenas de nós mesmos. Quem procura felicidade o casamento não é o lugar.

MAS AFINAL O QUE É O CASAMENTO ENTÃO?

Segundo Emmanuel no livro Amor e Sexo, ele diz que casamento é um “REGIME DE CONVIVÊNCIA NO QUAL DUAS PESSOAS SE CONFIAM UMA A OUTRA NO CAMPO DA ASSISTÊNCIA MÚTUA” Ou seja, o casamento é uma oportunidade de crescermos e de facilitarmos o crescimento do nosso companheiro, dando a ele toda a assistência necessária para que ele evolua e progrida espiritualmente e como ser humano. Parece ser meio frio dizer que nos casamos apenas por interesse em crescermos e melhorarmos como seres humanos, mas essa é a verdade. Se você vai em busca de se tornar uma pessoa melhor, casamento é o melhor caminho pois temos muitas dificuldades de aceitarmos a diferenças do outro. Temos que nos conhecer, nos darmos bem conosco, nos amarmos antes de sair a procura de amar e casar com alguém.

Casamento significa parceria, significa ajudar o outro a superar as dificuldades que ele tem e buscar ajuda para superar as suas dificuldades e os seus medos, é escolher alguém com quem possa conversar sobre os mais diversos assuntos, é ter alguém para cuidar e para sentir-se cuidado, é aquela pessoa que você pode confiar em qualquer circunstância da sua vida, é ter sonhos em comum e ajustar aquela pessoa aos seus sonhos, mas volto a repetir ela não pode ser o único motivo da sua felicidade, ela pode fazer parte da sua felicidade, mas jamais ser o único motivo dela.

Martins Peralva, sugere a seguinte classificação dos casamentos: Acidentais, Provacionais, Sacrificiais, Afins (Afinidade superior), Transcendentes.

ACIDENTAIS : Se dá por efeito de atração momentânea, de almas ainda inferiorizadas. São as pessoas que se encontram, se vêem, se conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem qualquer ascendente espiritual. Usando de seu livre arbítrio, uma vez que por ele construímos sempre o nosso destino. No nosso mundo, tais casamentos são comuns, ainda.

PROVACIONAIS: Reencontro de almas, para reajustamentos necessários à evolução delas. São os mais frequentes. É por essa razão que há tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união deles, através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, seja por eles exercida nas lutas comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves amortecedores.

SACRIFICIAIS: Deus permite aí, o reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de redimir a que se pedeu pelo caminho. Reúnem almas possuidoras de virtude a outras de sentimentos opostos. Acontece quando uma alma esclarecida, ou iluminada se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional. Como a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um deles. E o sacrificado tanto pode ser a mulher como o homem.

AFINS : Pela lei da afinidade, reencontram-se corações amigos, para consolidação de afetos. São os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam. São Espíritos que, pelo casamento, no doce aconchego do lar, consolidam velhos laços de afeição.

TRANSCENDENTES: São Almas engrandecidas no Bem que se buscam para realizações imortais. São constituídos por almas que se reencontram, no plano físico, para as grandes realizações de interesse geral. A vida desses casais encerra uma finalidade superior.

Ainda segundo Martins:

"Todos nós passamos, ou passaremos ainda, segundo o caso, por essa sequência de casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior. E enquanto caminhamos, o Espiritismo, abençoada Doutrina, cumulará os nossos dias das mais santas esperanças…

Algumas vezes o lar é um santuário, um templo, onde almas engrandecidas pela legítima compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado. Porém, a maioria dos lares funcionam como oficina e hospital purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, lentamente, na direção da Vida Superior".

A CONFIANÇA É A BASE DE TUDO.

Eu confio em você para me ajudar a crescer e você poderá confiar em mim para o seu crescimento. A confiança, o carinho e a amizade é a base sólida de qualquer relacionamento saudável. O amor tem significados diferentes para as pessoas, mas ele pode abraçar todos os demais sentimentos.

Alguns dos motivos que levam ao fracasso dos relacionamentos é a falta de cuidado com a relação devido ao estresse cotidiano, ao excesso de trabalho ou a problemas financeiros. As críticas constantes ao parceiro com a desculpa de serem construtivas e que muitas vezes não são, a falta de diálogo, o ciúme excessivo, a falta de humor, a infidelidade, os vícios e a não aceitação das famílias de origem do parceiro são os motivos mais comuns.

Ao invés de nos desanimarmos e deixarmos os relacionamentos, que tal encararmos esse desafio que é amar o diferente, respeitar as diferenças?

Mas antes de tudo temos que buscar o nosso autoconhecimento, conhecer as nossas fragilidades, os nossos medos, nossas qualidades e defeitos. Temos que nos aceitarmos para aceitarmos o outro, senão todos os relacionamentos que passarmos serão fracassados, porque o problema está conosco e não com o outro.

Pense nisso, procure se conhecer e compreender o seu parceiro, facilite o crescimento do seu parceiro e busque o seu crescimento na convivência com o outro.

Paz e Luz e uma abençoada semana!


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